Sunday, May 05, 2013

E agora?

Posted by Isa Rossi

Não existe mais (tão forte) uma ideologia. O correto para todo mundo. Isso acaba deixando tudo mais complicado, pois ninguém mais sabe qual é seu papel e como desempenhá-lo. Perdemos a receita de bolo, o padrão universal e incontestavelmente, o correto.

Antes o papel da mulher era ficar em casa, cuidando da casa e do marido. O papel do homem era ser forte, rígido e trabalhador para sustentar toda a família. O papel do professor era educar as crianças em seus conhecimentos. O papel da família era educá-la em seus valores e princípios.

Hoje, todo mundo pode postar sua própria opinião e encontrar pessoas que concordem com ela - no mundo todo. Todo mundo pode virar uma celebridade mundialmente do dia pra noite. Quem quiser, pode ficar com alguém do mesmo sexo. Uma mulher pode chegar em um cara na balada e transar com ele na mesma noite. Simples assim. Cada um tem a liberdade para pensar e viver como quer. Mesmo que o preconceito ainda exista - e sempre existirá - ele não é forte o suficiente para reprimir a pessoa, pois há toda uma comunidade que foge dos padrões antigos e que acabou se misturando com o restante da população. A própria igreja católica, tão poderosa por tantos anos está se reformulando aos moldes de quem fugia do padrão. Hoje, o ''normal'' está amplificado.

Mas te pergunto...e agora? Quem desempenha qual papel? Quem faz o quê?
Tudo isso se mistura com o preconceito. É uma confusão só. A mulher agora trabalha (ok, isso superamos, praticamente ninguém é contra isso), mas ainda tem a obrigação de cuidar da casa mesmo que contrate alguém para estes serviços. O homem agora não é mais tão cavalheiro, pois pode ser visto como traço de homossexualidade - o que ocorre também com homens vaidosos ou sensíveis. Os pais querem que a escola eduque seus filhos de ambas formas, pois já não tem mais tempo.

O tempo. Perdemos a noção do tempo. Queremos tudo agora, pra já, pra ontem. Consequentemente, acabamos pulando fases. Estamos pulando as fases de tudo. São quase que todas simultaneamente.

As pessoas já não flertam mais. Não existe mais a conquista, em seu sentido puro. Em questão de minutos, já se beijam. De dias (ou até menos), já se entregam fisicamente. Algumas chegam a se entregar emocionalmente também. Apaixonados em 48 horas.

Cadê a conquista!? O tempo para conhecer a pessoa, em seus dias bons e ruins  suas qualidades e defeitos. Aquele olhar mais demorado, e aquela dúvida cruel se o modo como você se sente é recíproca. Isso está em extinção. Mas como tudo, tem seu lado bom e ruim.

Não estou reclamando, pois acho mágica a liberdade que cada um tem para viver sua própria vida. Adoro viver na geração da informação e rapidez. Mas sinto que devemos desacelerar um pouco. Aproveitar mais cada fase. Mas quais são as fases? Talvez elas também mudaram.

Fomos criados como as outras crianças, sem tanta interferência tecnológica, mas ela já estava ali presente, crescendo junto conosco. Vimos o VHS virar DVD, o disquete virar pendrive e o MP4 virar Ipod nano, a televisão enorme virar uma tela finíssima, agora estamos acompanhando toda essa mudança de papéis, ideologias e modos de vida. Onde iremos chegar? Não sei, mas espero estar lá para ver, pois estou curiosa!

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